Fabricio Zigante

MINHA DEUSA

Ó tranças de que Amor prisões me tece,
Ó mãos de neve, que regeis meu fado!
Ó tesoiro! Ó mistério! Ó par sagrado,
Onde o menino alígero adormece!

 — Bocage

 

Tua pura imagem tenho idolatrado,
Os versos são incenso a ti acendido,
Teu amor é minha prece, meu pedido
Ao santo altar de tuas mãos deixado.

 

Por teus encantos tenho te adorado,
Na tu’adoração vivendo tão iludido,
E pelo amor por ti no peito mantido
Já sou um crente a ti consagrado.

 

Tua imagem não me sai da lembrança,
Deusa, cujo amor diz inalcançável
A este que em ti tem toda confiança.

 

É como fogo sagrado minh’esperança,
Que carrego em meu peito inabalável,
Pois quem acredita sempre alcança.