Sempre costumo pensar no depois,
Mesmo sem saber se ele virá.
O presente escapa, se perde e se desfaz,
Enquanto o futuro me olha, voraz.
Minha mente corre por caminhos que não existem,
Criando medos e sonhos que persistem.
Antecipar tudo é viver sem respirar,
Como se o agora eu pudesse controlar.
Sempre costumo pensar no depois,
E me pergunto se ele vale a minha voz.
Se esperar demais significa perder,
Ou se o presente é o que devo aprender.
E se o depois jamais chegar,
O que restará de mim a carregar?
O silêncio do que não se fez,
Ou a lembrança do que se desfez?
Mesmo assim continuo a pensar,
Pois parar é aceitar o que não posso mudar.
E cada instante que insisto em antecipar,
Mais perdido acabo por ficar.