Era só um pedaço de papel colorido,
presa a uma linha, ao vento desprendido.
Subia devagar, depois ganhava vida,
dançava no céu numa festa querida.
O rabiola rodava, o fio esticava,
e a gente, com olhos, o céu abraçava.
Cada puxão era um desafio, um cuidado,
pra que a pipa não caísse no chão molhado.
Tinha a disputa, o corte de linha, a emoção,
gritos de vitória, coração na mão.
E mesmo quando a pipa desaparecia,
ficava no ar a magia que sorria.
Hoje, quando vejo uma pipa a voar,
me pego querendo de novo brincar.
Porque no fio que corta o céu azul,
guardei pra sempre meu sonho mais cruel.
23 ago 2025 (12:47)