Renata Cristina

Soneto do ensejo

O sereno desta noite, repousada de inverno

Faz-me sentir o frio que ressurgiu agora

Em meu poetizar tão ressentido, é eterno

No qual as marcas me extinguem toda hora

 

O medo do insucesso na conquista é dissipado

Pois, já que o meu acaso impossível é mutável

Ele se colore sagaz nesse meu sonho alado

Moldando as conjunturas para o que for palpável

 

E as matrizes da minha vida encobrem-se, bem lento

Com o orvalho desses desejos que me impelem

Nas manhãs desanuviadas, vale-me o momento

 

Meus olhos não são apenas o que suas órbitas descrevem

São os portais da fantasia pelos quais eu me reinvento

Sou o renascimento da sorte e sabedoria que me seguem