Me disseram: “Você pensa demais.”
Respondi: “É que eu leio Platão no café da manhã.”
Enquanto Freud me cutuca no divã,
Nietzsche ri da minha crise existencial.
O mundo quer rótulo, quer caixinha,
mas minha mente é tipo liquidificador:
mistura trauma com teoria,
e ainda sobra espaço pra um pouco de amor.
“Você é estranha”, disseram com convicção.
Mas estranho é viver sem reflexão.
Julgar sem contexto,
amar com contrato,
e chamar de loucura o que é só desabafo.
Tenho ansiedade com toque de Sartre,
e um ego que às vezes se acha Kant.
Mas no fundo, sou só humana —
tentando entender o caos com um pouco de encanto.
Psicologia me ensina a escutar,
filosofia me ensina a duvidar,
e os pré-conceitos?
Esses eu deixo no lixo,
junto com os manuais de como devo pensar.
Então não me analise sem licença,
não me rotule sem nuance.
Sou feito de perguntas,
de silêncios e de dança.
E se um dia eu parecer confusa,
é só porque estou em construção.
Entre o id, o eu e o superego,
ainda cabe um coração.