Fabricio Zigante

TORTURA-ME

Tortura-me tanto a doce lembrança
De uma feminina alma venturosa,
A quem dedico versos e prosa
Para dar-me ao menos esperança.

 

Tortura-me a luta que me cansa
Por uma joia rara e preciosa,
E encantadora, porém maldosa,
Quando meu coração se avança.

 

Tortura-me tanto a vil indiferença
Do olhar sem ternura ou compaixão
A meu triste rosto em viva crença.

 

Com desdém maltrata meu coração,
Condenando-me à dura sentença
De perecer lhe amando na ilusão.