Edla Marinho

DISTIMIA

DISTIMIA 

Não ter forças para se levantar
Céu escuro em todo amanhecer
Em tudo ver motivo pra chorar
Torna-se costumeiro o sofrer

Como se fosse sempre tempestade
Não vê do sol, os raios jamais
Não sabe o gosto da felicidade
Sempre à deriva, nenhum cais

Colhendo da alma seu pranto
Sorvendo o gosto dessa nascente
Sal que tempera o triste canto
Sem decifrar, ao certo, o que sente

Não vê no jardim nenhuma flor
Tentando expressar em poesias
Um vazio, inexplicável dor
Não sabe, mas isto é distimia

 

Edla Marinho 
16/10/2016