Francisco Claudio da Costa (Claudio Gia)

Poema: \"Clarão Divino Sobre Macau\"

\"Clarão Divino sobre Macau\"
Por Claudio Gia, Macau RN

I
Às cinco da tarde, o céu se rasgou,
Um bólido de fogo Deus enviou,
Nas terras de Macau, o chão tremeu,
E o mar, em silêncio, se iluminou.

II
Só Jesus explica o esplendor na escuridão,
O clarão que atingiu o coração,
Tripulantes a milhas distantes viram,
A mão do Senhor no céu a brilhar.

III
Ribombos ecoaram como vozes celestiais,
Anjos cantando além dos areais,
E as vacas caíram, mas a alma entendeu:
Era Deus escrevendo no chão Seu louvor.

IV
Fragmentos de estrelas, metais do altar,
Ferro e níquel pra nos lembrar
Que o céu não esquece este rincão,
E Macau foi escolhida para a Sua explosão.

V
Pescadores, homens de fé e sal,
Viram a bola de fogo cruzar o temporal,
E mesmo sem ver a terra à frente,
Creram: era Cristo, o Onipotente.

VI
189 anos se passaram, mas a luz não apagou,
Quem tem olhos espirituais, ainda vê o clarão,
Nas pedras caídas, no mar que conta a história,
De um milagre que falou da glória.

VII
O segundo maior do Brasil, fragmentado e puro,
Veio como um sinal do futuro,
Pois só o Criador dos meteoros e mares,
Pode incendiar a escuridão com Seus olhos solares.

VIII
Macau, tua areia guarda o mistério,
O dia em que o céu bateu no chão primeiro,
E quem duvida que Deus não existe,
Que olhe pro mar onde o fogo persiste.

IX
Inexplicável? Só pra quem não crê,
Mas pra mim, cada estilhaço é uma fé,
Pois naquele novembro, em 1836,
Cristo desenhou no céu Seu perfil.

X
E quando o aniversário do evento chegar,
189 anos vão nos lembrar:
O clarão foi a assinatura divina,
— \"Aqui estou, nesta terra pequena e tão digna.\"

Claudio Gia, Macau RN
(Em memória do Meteorito de Macau, 11/11/1836 – 11/11/2025)