És rígida contigo, qual estátua em chão sagrado,
mas teus traços, mesmo rudes, fazem-me encantado;
não vês que em teus defeitos mora rara melodia?
Em ti floresce a vida, em ti renasce a poesia.
Se tremes de incerteza, és ainda mais formosa,
teu pranto é humano, tua dor é preciosa;
no espelho dos olhos verás teu fulgor,
não és perfeita — és inteira, e nisso está teu valor.
Quando o peso te abate, repousa no coração,
seria porto e abrigo, seria tua devoção;
tu és universo, razão de viver,
e até nos teus abismos, reina o te querer.