Gilmar GuimarĂ£es

A lua deve saber

Não sei que o é, seja lá o que for 
No colorismo do amor 
Me pinto de azul só pra te ver 
E cada olhar é um caleidoscópio
Pro sentir isso é quase um ópio

Te quero, manero, espero
Eu faço devagar meu ligeiro querer
Olho pro seus nós, pra sua armadura
Deixe eu desatar, tirar toda a amargura
Tirar suas máscaras, revelar sua dor

Seja passarinho, construa seu ninho 
Trago a primavera, te trago cada flor 
E se o mundo é pequeno
E as noites são menores ainda 
Dentro de mim há casa
E toda a verdade bem-vinda

Tua boca é coisa de se achegar 
É coisa de se guardar, se prender 
Mas seu beijo é liberdade
Cá meu peito é todo alarde 
Consequência que faz chover

E se o desejo for vaidade, sem saber
Quero perder toda a maldade 
Aprender a me perder
E debulhar suas memórias 
Fazer dos sois boas histórias 
Pra contar a lua de você.