Francisco Moura

\"O Observador\"

De uma janela, eu via.
Um riso, uma lágrima.
Um abraço, uma partida.
Eu via-os viver.

Eles falavam de algo,
Chamavam-lhe coração.
Onde se guardava o amor,
Onde se escondia a dor.


Eu procurei, eu olhei.
No meu peito, um buraco,
Vazio e frio.
Não vi nada que sentisse.


Eles perguntaram,
Mas não tive resposta.
E o meu maior medo,
É que nunca a tenha.