Na mocidade, eu amei correndo,
como quem teme a perda.
agora amo em silêncio...
como quem entende a eternidade.
O tempo passou, e me deixou vazia de palavras,
mas cheia de histórias.
O que foi desejo, agora é gratidão...
o que foi silêncio, agora é palavra.
Havia poesia nos meus silêncios, versos não escritos,
noites desperdiçadas...
Agora, a caneta se ergue, tardia, mas cada palavra é um eco do que fui...
cada rima, uma memória libertada.
Não procuro os fantasmas de ontem...
nem lamento as perdas que me moldaram,
não é saudade nem lembrança...
é algo maior, silencioso e real.
O que sinto hoje é amor pela vida...
amor pelas mãos que me seguram...
pelos olhos que me enxergam...
pelo instante que pulsa entre meu peito, e o mundo que ainda me espera.