simone carvalho dos Santos

Ecos do Passado

Na mocidade, eu amei correndo,

como quem teme a perda.

agora amo em silêncio...

como quem entende a eternidade.

 

O tempo passou, e me deixou vazia de palavras,

mas cheia de histórias.

O que foi desejo, agora é gratidão...

o que foi silêncio, agora é palavra.

 

Havia poesia nos meus silêncios, versos não escritos,

noites desperdiçadas...

Agora, a caneta se ergue, tardia, mas cada palavra é um eco do que fui...

cada rima, uma memória libertada.

 

Não procuro os fantasmas de ontem...

nem lamento as perdas que me moldaram,

não é saudade nem lembrança...

é algo maior, silencioso e real.

 

O que sinto hoje é amor pela vida...

amor pelas mãos que me seguram...

pelos olhos que me enxergam...

pelo instante que pulsa entre meu peito, e o mundo que ainda me espera.