Descobri que teu olhar
não é apenas um par de olhos —
é uma roda-gigante com entrada gratuita
e fila que vale a pena.
Lá dentro, sou menina de vestido rodado,
cabelo bagunçado pelo vento,
rindo com todos os dentes
como se a felicidade tivesse inventado uma promoção.
Teu piscar é convite para o carrossel:
cada volta, um desmaio de riso;
cada volta, a impressão de que o mundo gira
só para eu me segurar em ti.
Brinco de esconde-esconde com tua pupila,
e sempre perco —
porque você sabe exatamente
onde me encontro:
na parte mais vulnerável da minha alegria.
E quando penso que acabou,
aparece o buffet do amor:
teu sorriso tem sabor de sorvete na testa,
bolo de chocolate sem talher,
pipoca que estoura na panela
e mel escorrendo pelo queixo —
deliciosamente inconveniente.
Há quem diga que a vida não é brincadeira.
Pois eu, com as mãos ainda cheias de algodão-doce,
respondo:
“É sim —
e você é o brinquedo
que não quero que feche nunca.”