Duas nas pontas, uma no meio,
e a corda girava num ritmo cheio.
“Um, dois, três...” — contava cantando,
com a fita no cabelo e o riso voando.
A saia rodava, flor em movimento,
e o corpo dançava no ar, sem tempo.
Pé leve no chão, cabelo no vento,
e o mundo inteiro cabia no momento.
Tinha verso, tinha rima, tinha canção:
\"Maria-mole, caiu no chão...\"
E mesmo quem errava, voltava rindo,
porque brincar era sempre bem-vindo.
Meninas em roda, sol a brilhar,
e o chão era palco pra se apresentar.
Entre pulos e sonhos, nascia amizade,
bordada em risos e cumplicidade.
Hoje a rua calou seu canto bonito,
mas quando escuto o silêncio mais rico,
parece que ainda ouço aquela melodia:
de corda pulando e a infância em poesia.
15 ago 2025 (13:42)