Francisco Claudio da Costa (Claudio Gia)

Poema: A Procissão do Tempo

# A Procissão do Tempo  
**Autor: Claudio Gia**  
**Macau RN, 15/08/2025**  

No seio das ondas, a festa a brilhar,  
Nossa Senhora dos Navegantes a guiar,  
Lá nos anos de outrora, barcaças a dançar,  
Mas hoje só restam memórias a vagar.  

As grandes embarcações, já não vão mais,  
Embarcações pequenas, no mar, são os sinais,  
E a procissão terrestre, na terra a clamar,  
Enquanto a cidade se esquece de sonhar.  

Macau, terra rica, mas em triste canção,  
Recursos que chegam, mas sem transformação,  
Portos e salinas, fechados no lamento,  
O petróleo que murcha, um triste tormento.  

Os ventos dos parques, que vêm a soprar,  
Afugentam as aves, não vêm pra ficar,  
Energia que flui, mas não nos abraça,  
Enquanto as promessas se perdem na praça.  

Hidrogênio verde, um sonho a se implantar,  
Mas o povo, em silêncio, só pode esperar,  
Falta d’água e vida, um grito sem fim,  
Só Deus nas comunidades, onde tudo é assim.  

Empresários que olham, mas não veem o chão,  
O Congresso, distante, é inimigo da nação,  
E assim seguimos, com fé e com dor,  
A tradição persiste, mas onde está o amor?