Penduro os olhos no barbante.
Prontos para serem refogados no café.
Aquele café velho, morno e ralo.
Nem doce, nem amargo. Somente chato.
Depois do banho, tiro os olhos da xícara.
Não diria que parecem cansados,
mas, também, não parecem em vigor.
Somente secos, como uma bola de bilhar.
Quando o vermelho da manhã deixou de ser aquele rubro?
Aquele rubro vivo que beija a retina.
Aquele que chama o lobo occiptal para dançar.
Aquele que alarda o ouro do Sol.
Aquele que se curva ao Azul-Celeste.
Agora é só um vermelho mais cinza que o cinza.
Tão cinza quanto meu espelho.
Quando as estrelas deixaram de brilhar?
Aquele brilho infantil e singelo.
Aquele envolve a prata da Lua.
Aquele que se pendura em finas cordas no manto infinito do impossível.
Aquele que sopra os ventos frios da praia.
Agora é só um brilho mais escuro que o breu.
Tão escuros quanto minha cama.