Dividia-se o time, traçava-se o chão,
com linha invisível e muita emoção.
A bola nas mãos, o olhar afiado,
e o corpo já pronto pra ser desviado.
Tinha quem ficava no meio, ligeiro,
correndo e rindo, no passo certeiro.
“Se me acertar, eu juro que volto!” —
mas logo levava e fingia revolta.
A bola voava com fúria e graça,
e quem desviava ganhava a praça.
Era salto, era giro, era quase dança,
e todo mundo suava em esperança.
Na beira do campo, os que foram “queimados”
torciam em coro, olhos grudados.
E se alguém gritava “volta ao jogo!”,
era mais bonito que ganhar no fogo.
Hoje jogo outras bolas da vida,
desvio problemas, faço corrida.
Mas dentro de mim ainda ouço o chamado:
\"Prepara o corpo... que vem o queimado!\"
14 ago 2025 (10:31)