Título: Amor Julgado
Autor: Claudio Gia – Macau RN, 13/08/2025
> Nos anos frios de pedra e silêncio,
o toque era crime, o olhar, sentença.
Um gesto juvenil, mal interpretado,
podia virar sangue no amanhecer.
Vi o sol nascer sobre um ônibus parado,
e uma mãe, ferida, entrar com fúria,
levando embora a vida de um rapaz,
junto com qualquer chance de perdão.
Também vi dois corações consentindo,
mas não bastou o amor —
o tribunal invisível da rua
chamou-o estuprador, chamou-a prostituta.
Hoje, à sombra de Deus apaixonante,
rezo para que o amor seja luz,
e não pedra lançada.
Que o abraço seja bênção,
e não sentença.