Morri em vida, num dia comum.
Ninguém pareceu notar.
Não houve velório, nem flores…
Apenas olhos inchados e um coração enterrado em silêncio.
O silêncio. Ele gritava por dentro.
E foi entre uma respiração e outra,
que meu coração se calou,
mesmo continuando a bater.
Morri com os olhos abertos,
sentada,
sorrindo por fora,
enquanto por dentro eu apodrecia.
Enterrei meus gritos na garganta,
disfarcei as cicatrizes com frases bonitas
e continuei —
porque morrer em vida
não choca ninguém.
Desde então,
eu caminho entre os vivos,
com a morte morando quieta em mim —
como quem já desistiu de ser notada.