Daqui sigo, um eco,
do que fui e do que sou.
Uma história que se esvai,
um livro que o tempo fechou.
Fui verdade, fui chama,
hoje sou cinza no chão.
A lembrança é a âncora
que me prende à solidão.
O tempo, esse rio,
leva tudo o que foi.
E eu, que naveguei nele,
fico à margem, depois.
Apressado, o instante
corre e não tem piedade.
E eu, que olhei para trás,
só vejo o rastro da saudade.
Mas nas pedras do caminho,
onde a vida me fez cair,
eu aprendi que o amanhã
ainda é um motivo pra sorrir.
E o que resta, afinal,
não é o que o tempo levou.
É a felicidade simples
que, em cada dia, ficou.