Nalva Melo

Relíquia

Não quero ser apenas mais uma na multidão,  
onde tudo se confunde, onde ninguém se distingue.  
Prefiro ir na contramão.  
Chega de clones, de vozes iguais, de corpos moldados.  

Não quero ser igual a todas.  
Quero ser a imagem que destoa,  
a intrusa que permanece,  
aquela que não se apaga.  

Quero ser relíquia.  
Não apenas vista,  
mas notada na naturalidade,  
marcante aos olhos de quem me vê.  

Quero ser o diferente.