Passas por aqui, com teus passos errantes,
incertos, imprecisos, sempre caminhando.
Longas errâncias nesses longos caminhares,
nesse desamparo desses dias que fogem, fogem...
A viração da noite penetrante me fascina,
com teus passos, perco-me absorto, inquieto.
Deixo-me enternecer com essa tarde esma,
esvaindo meus sentidos entre ternas reflexões.
Nos meus sonhos, adormeces ao vento,
aconchegada aos meus anseios e desejos.
Teus passos me encontram aflito, entre conflitos,
louco para te encontrar, para te abraçar e ficar.
Esses passos que passam aqui, na minha porta,
nos meus sonhos, na minha vida descompassada,
tem meus olhos submersos nessa paisagem,
nesses lampejos raros que me ofertas amiúde...
Tu que nunca foste minha amante, nem sabia,
que te queria nesses dias imensos e calmos, docemente.
Sempre passando, passando, deixando perfume no ar,
era minha forma inquieta de ver-te e querer-te, querer te amar!