De repente, já são 18 horas
18 horas da sexta-feira
De repente, o relógio
fatigado das horas apressadas
cochila indiferente ao tempo
De repente, as janelas
se inclinam abertas às ruas
e o vento sopra murmúrios de partidas
De repente, o amor
nos aguarda no dobrar das esquinas
com hálitos de vodka e cerveja
De repente, à beira da noite
Deus repousa a mão
sobre o rosto esperançoso dos homens
De repente, vou fingir
que o mundo é uma imensa sexta-feira
e jamais haverá de chegar segunda-feira