Edla Marinho

EMPATIA/ AMIGOS

Queria arrancar- te um sorriso, mas...

Meus versos são de dor, talvez
Eles trazem nas linhas chorosas
Um canto triste de saudade,
De lembranças coloridas, bem vividas
De infância coroada de inocência 
Onde a pureza do olhar menino
Dançava com a menina dos olhos teus


Meus versos são um lamento ...
São letrinhas tecidas por varinha de condão envelhecida
São versos de tortura ... De deserto 
A poesia que me sai da alma 
É martírio, é um grito em silêncio 

Meus versos são numa tela em preto e branco 
Buscando um arco-íris perdido na escuridão  das recordações 
São um jardim sem jardineiro 
As flores despetaladas agora voejam sem rumo 
Levadas pelo vento que deveria ser apenas brisa que acaricia com mãos de veludo o mundo, meu tudo.

Assim são eles, os meus versos 
Assim é o que a saudade lhes faz
Deixa os sonhos acordados 
 E a noite sem estrelas e
A alvorada que jamais se encanta com os beijos dourados do sol 

Meu coração, porém, queria desenhar meus poemas de outro jeito 
Colorir os sonhos com cada verso, cada rima que falasse só de alegrias
No compasso da felicidade, entoar um soneto de liberdade 
Só para poder olhar em teus olhos 
Penetrar em teus pensamentos 
E prescrutar teus desejos 
Entender tua paixão 
Talvez até te oferecer um lírio em forma de beijo, num buquê perfumado 
Desvendar teus sonhos para saber o motivo de andares tão triste, assim tão solitário , sem alegrias, sem um sorriso... 
Eu queria, se pudesse, roubar-te por um instante 
Eu queria, se tivesse o poder dos anjos
Aconchegar -te em meus braços
Enlaçar-te num gostoso abraço 
E, quem sabe, minar teu carinho 
E meu sorriso emprestar - te 
E, finalmente, arrancar-te um sorriso !

 

Edla Marinho 
07/08/2025