Jéssica A.

Mãe solo

Quando olho nos olhos dessas mulheres

Eu vejo uma luta interior

O brilho dos olhos se apagou

Mas o sorriso disfarça a dor

 

Quando olho nos olhos dessas mulheres

Eu olho para um espelho

Me vejo igualmente em todo seu esplendor

Empatia essa que sinto com ador

 

Quando olho nos olhos dessas mulheres

Eu sinto que faço parte de uma luta

Uma guerra que não deveria existir

Em pleno seculo XXI 

 

Indignação essa que me desanima da humanidade

Pois nasci de uma dessas mulheres

E por uma delas eu fui criada

Hoje uma delas eu me tornei

 

Não acho que morreremos impune

Acho de verdade que deus sempre esteve conosco

Tenho certeza que viraremos martires

E que nos braços da compaixão seremos recebidas

 

Pois não se vai pro céu sem antes conhecer o inferno

Assim como não iremos ao paraiso sem antes viver neste mundo

Ooooh deus! 

Conforte essas mulheres assim como eu!

 

Que a injustiça e todo o julgamento que caia sobre nós

Seja por ti confortada e nós traga resiliência

Resiliência essa que nós foi dada assim que nascemos XX

Abençoada e sagradas mulheres

 

Do qual o mundo desvaloriza e desrespeita

Do qual sofre-se tanto somente por ser o que se é

Do qual enxuga as lagrimas e mesmo assim sempre sorri

Do qual se reergue tapa sobre tapa

 

Mulheres essas que tiram força sobrehumana

Sabe-se lá da onde e como

Mas que jamais abandonam seus filhos

E sangram todos os dias por eles!