No silêncio frio do espaço,
as estrelas murmuram histórias.
Lembranças brilham no cansaço,
presas em órbitas ilusórias.
Flutuo sem rumo no tempo,
tentando entender quem sou.
Sou só mais um grão, um momento,
num mar que ninguém mapeou.
Os astros me olham de longe,
como quem vê sem se importar.
Sou sombra de um cometa que foge,
sem nunca saber onde vai pousar.
Ecos de luzes extintas,
fantasmas no céu a vagar.
São vozes que foram distintas,
mas hoje só sabem brilhar.
Meus olhos buscam respostas,
mas os cosmos só sabem esconder.
Talvez a pergunta esteja exposta,
mas eu não consiga entender.
Se o tempo se curva e se estende,
será que há um fim para mim?
Ou sou só um eco que acende,
mas se apaga antes do fim?
Sinto falta de algo concreto,
de um chão que eu possa chamar de meu.
Mas viver nesse grande universo incerto,
me faz esquecer quem sou eu.
Talvez a solidão seja eterna,
talvez não haja um lar pra voltar.
Mas sigo vagando entre esferas,
com medo de me encontrar.
E se um dia minha luz se apagar, que ela ao menos ilumine outro alguém.
Pois mesmo as estrelas mais solitárias, brilham forte antes do além.