A falta do seu colo me torna incapaz de desabrochar.
O seu assobio escaldante, e renascente, me deixa embriagada.
Ah, se eu pudesse...
Iria lhe preencher novamente.
Entregaria todo o meu amor, todo o meu ser...
Pertenceria somente a você, minha amada Lua florescente.
Mesmo com meus devaneios,
Você é o ar que respiro.
Você é o beija-flor que vinha sempre tentar me beijar,
Mesmo quando minha flor ainda não estava desabrochada.
Mas a flor logo se abriu para ela.
Pois ela amava o beija-flor,
Que, toda manhã ensolarada, vinha lhe cumprimentar.
Não a parasita que insistia em pousar nela e a abrir à força,
Nem o leão que se disfarçava de borboleta,
Muito menos a lesma...
O beija-flor era gentil e pacífico.
E a flor amava isso naquele pequeno pássaro,
Que, mesmo machucado, dava um jeito de ir lá,
Cumprimentá-la.