A chuva caiu como quem sente,
Devagar, num suspiro quente.
No vidro, os pingos desenhavam
Teu nome — como se me chamavam.
Era tarde, e o céu escurecia,
Mas teu olhar era minha luz, meu dia.
Te chamei pra perto, sem dizer nada,
E tu vieste, como a água na calçada.
O som da chuva era nosso abrigo,
Cada gota, um verso que escrevo contigo.
E quando o trovão sussurrou no ar,
Meu coração quis te confessar:
Que amar sob a chuva tem outro sabor,
É beijo molhado, é frio com calor,
É pele que arrepia, mão que se encaixa,
É dança sem música, alma que se acha.
Então que chova, e que nunca se acabe,
Se for pra chover contigo, que desabe.
Pois há poesia em cada estação,
Mas só tu, amor, és minha canção.
5 ago 2025 (10:58)