Te escrevo mais esta poesia:
“Ah, rápido me apaixono
Pela mais doce melancolia
Em uma filha d’outono.
Por estradas amarelas
A nudez das árvores perscruto,
Pois busco suas singelas
Emoções, todas livres de escudo.
A névoa que esconde o horizonte
Inunda-a de incertezas,
Mas peço-lhe que não se amedronte
Ao expor suas fraquezas.
Porque não a deixo cair
Sobre o marrom alaranjado
Dos bosques a descolorir,
Onde caminhamos lado a lado.
E se o medo me é feroz,
Só uma coisa me faz sereno:
Sua sublime e tênue voz,
Como um fresco vento ameno.
As flores já não tem trono
Mas minha euforia persevera
Pois numa filha d’outono
Meu coração achou primavera.”