Lilian Fátima

Canoeiro

Lá  vai ele, sozinho ao longe
No arrebol como a procurar
Vida além daqueles montes
Onde a canoa assim o levar

Segue sem norte ou direção
Matuto...se põe a sonhar
Aos céus roga uma oração
Estrelas passa a contemplar

Vida insossa que deixou aqui
Através do rio vai dissipando
Sonhos outros tomou pra si
Estes que agora está buscando

Lá  vai o canoeiro sem rumo
Adentrando a turva imensidão
Leva na barca só um resumo
Vida,desencanto e sua solidão

Na ânsia de decifrar a si mesmo
Nas águas brota fria indagação
Conseguirá o canoeiro a esmo
Vivenciar sua dourada ilusão?