Lá vai ele, sozinho ao longe
No arrebol como a procurar
Vida além daqueles montes
Onde a canoa assim o levar
Segue sem norte ou direção
Matuto...se põe a sonhar
Aos céus roga uma oração
Estrelas passa a contemplar
Vida insossa que deixou aqui
Através do rio vai dissipando
Sonhos outros tomou pra si
Estes que agora está buscando
Lá vai o canoeiro sem rumo
Adentrando a turva imensidão
Leva na barca só um resumo
Vida,desencanto e sua solidão
Na ânsia de decifrar a si mesmo
Nas águas brota fria indagação
Conseguirá o canoeiro a esmo
Vivenciar sua dourada ilusão?