Melancolia...

A Brisa.

A brisa passou por mim hoje cedo,
sem pressa, sem rosto,
mas carregava um cheiro antigo,
daqueles que doem antes de a gente lembrar por quê.

 

Tocou meu braço como quem diz:
\"Você ainda sente, não sente?\"
E eu, sem saber mentir,
apenas fechei os olhos.

 

Era só ar — mas parecia alguém.
Um nome que eu evito,
um olhar que ainda sei de cor,
um silêncio que mora comigo.

 

A brisa não julga,
ela apenas sopra,
e ao passar por mim,
me deixou mais leve e mais vazio ao mesmo tempo.

 

Às vezes penso que é ela quem chora por mim,
quando não dou conta.
Às vezes penso que é só o vento.
Mas nunca sei ao certo.