O tempo, com seu manto invisível, sussurra encantos silenciosos
e nos oferece, a cada dia, a varinha mágica do olhar.
No calor que parece esmagar as horas,
há quem enxergue o brilho dourado de um céu aberto,
e faça do suor uma dança de verão.
Na chuva que bate insistente na janela,
uns veem apenas o tédio cinzento;
outros, o convite ao recolhimento,
onde cada gota lava a alma e rega pensamentos.
A tristeza e a alegria, duendes brincalhões,
habitam o mesmo copo:
meio cheio de esperança,
meio vazio de saudade.
O feitiço está em escolher qual deles alimentar.
A cada perda, o coração pode transformar dor em solo fértil,
onde cresce a árvore do aprendizado.
Ou pode, se quiser, cultivar espinhos.
Todos os dias, o tempo nos oferece pequenas magias:
cabe a nós decidir se vestimos o manto da queixa
ou se tecemos, fio a fio,
a leveza de enxergar milagres no cotidiano.
No fim, a verdadeira alquimia é simples:
transformar derrotas em sementes,
e vitórias em flores.
Escolha — e o mundo se tornará, aos seus olhos, um lugar mágico.