Sezar Kosta

O FEITIÇO DAS ESCOLHAS

O tempo, com seu manto invisível, sussurra encantos silenciosos

e nos oferece, a cada dia, a varinha mágica do olhar.

 

No calor que parece esmagar as horas,

há quem enxergue o brilho dourado de um céu aberto,

e faça do suor uma dança de verão.

 

Na chuva que bate insistente na janela,

uns veem apenas o tédio cinzento;

outros, o convite ao recolhimento,

onde cada gota lava a alma e rega pensamentos.

 

A tristeza e a alegria, duendes brincalhões,

habitam o mesmo copo:

meio cheio de esperança,

meio vazio de saudade.

O feitiço está em escolher qual deles alimentar.

 

A cada perda, o coração pode transformar dor em solo fértil,

onde cresce a árvore do aprendizado.

Ou pode, se quiser, cultivar espinhos.

 

Todos os dias, o tempo nos oferece pequenas magias:

cabe a nós decidir se vestimos o manto da queixa

ou se tecemos, fio a fio,

a leveza de enxergar milagres no cotidiano.

 

No fim, a verdadeira alquimia é simples:

transformar derrotas em sementes,

e vitórias em flores.

 

Escolha — e o mundo se tornará, aos seus olhos, um lugar mágico.