Green Eyes
Te olhei como se o mundo coubesse
no reflexo dos teus olhos.
Enquanto teu riso era sol,
meu peito era tempestade.
Toquei teu nome com cuidado,
como quem segura vidro
com as mãos abertas,
sabendo que vai sangrar.
A cada não que tu disseste,
meu coração ouvia gritos.
E mesmo assim,
te quis do jeito mais bonito.
Você era estrada reta,
e eu, curva sem aviso.
Tua alma era luz clara,
e eu morava no cinza indeciso.
Não é tua culpa,
nem tua falta.
E agora, onde encosto, dói.
Mesmo quando arde.
Mesmo quando mata.
E se em meio a esse amor contido
te machuquei com meu jeito confuso,
me perdoa!
Nunca foi tua culpa, nunca foi tua dor.
Foi minha falta de jeito, minha pressa, meu medo.
Te peço perdão por cada ferida invisível,
por cada gesto que não foi o certo, nem cedo.