O coelho branco segue a correr,
minhas pernas ameaçam vacilar.
Às vezes nem consigo mais ver,
e o quanto quero chegar lá?
Meus braços se estendem
o mais longe que alcançam,
minhas mãos se abrem,
o máximo que conseguem.
Mas a cada vez que o sol se põe
me vejo com as mãos vazias.
E de noite se torna silêncio
o que era correria.
Querido coelho,
mesmo quando desisto de você,
algo em mim segue gritando.
Querido coelho,
eu me olho no espelho e te vejo,
continuo procurando.
Querido coelho branco,
algum dia eu vou querer tanto,
que nenhum pranto meu
será capaz de me deter.
E se chegar esse dia,
talvez eu admita que,
durante todo esse tempo
você era parte de mim
e eu, de você.