Os meus dedos estão em silêncio,
e isso me incomoda um pouco.
Não sei ao certo o motivo,
pois tenho tantas coisas aqui dentro
que apertam e pressionam meu raciocínio.
Estou acostumado
com o alívio que há no meu tato,
em especial, na ponta dos dedos.
Quero explanar que tenho medos:
Medo de que fiquem aleijados.
Não sei ao certo o que fazer.
Nunca escrevi de muletas —
sempre escrevi ao compasso,
pois nunca houve um tropeço no meu passo.
Se eu me locomover dessa forma,
tudo que eu disser será um estrago.
Além de serem meu andar,
eles são também válvulas de escape,
que aliviam meu pensar
quando nada mais me cabe.