Está escrito?
Talvez.
Mas não nas estrelas, nem no vento,
está escrito a lápis,
nas páginas moles
de um caderno sujo de tentativas.
Somos copistas e autores,
rasgando capítulos inteiros com as unhas,
enquanto o futuro
aquele ladrão de segundas intenções
ri de nossos rascunhos.
Será que está escrito?
Sim, na letra trêmula
de quem assina seu nome no escuro,
sem testemunhas.
O destino não é o oceano que te carrega.
É a margem que você escolhe para secar.
Ou será que nem sabemos nadar?
E todo esse medo de afogar
não passa de um jeito covarde
de dizer que prefere
a sede?
Será que realmente queremos o destino, ou só o conforto de culpá-lo