tem gente que a gente ama faminto.
não por precisar
mas porque transborda.
te amar foi isso:
não ter o que reclamar
e ainda assim acordar com o peito em carne viva,
como quem sangra de tanto sentir.
não teve jogo,
nem teve ferida.
teve só o susto
de se olhar no espelho e ver alguém melhor
porque alguém como você existia.
se você não for o amor da minha vida,
você é a ironia dela.
você é a resposta torta
pra todas as preces que eu fiz deitado, suando,
pedindo só uma coisa que me fizesse sentir vivo.
sigo por aqui,
amando você em silêncio,
sentindo tudo sozinho,
mas sorrindo.
porque mesmo se eu nunca te tiver,
ainda assim,
valeu a dor.
afinal,
você me ensinou que amar também é morrer bonito,
de pé,
com poesia na garganta,
e hemorragia no peito
só por existir amor demais.