Agiganta em teu seio o nobre toque de minha boca.
Não outro, não outra – teu seio, minha boca.
Exploro o polo de minha língua,
potente bico, teu mamilo, portal de pulsante fenda.
Em ti enterro todas as quimeras, devaneios.
Sonho molhado, espelho de carne,
imperiais sentidos.
Não há atraso que me caiba
nas maravilhas de suas entranhas.
Na sanha de meus desejos e solidão
entrego-me por inteiro a teu labirinto.
Minha profana vaca,
meu cordel, nobre Ariadne,
acho enfim a luminosa saída:
o vulcão de meu próprio leite.
Adormeço o que era teso, tensão, tesão.
Dormente então,
amoleço a fera, a moribunda mão,
até a próxima esfera,
o próximo labirinto: você.