Portas entreabertas, mesas postas
Piso de madeira, verniz desbotado
7h: O sino à porta avisa da chegada do primeiro cliente
Paredes em tom pastel, verde-claro
8h: Quase vazio, mal parece início de semana
No ar cheiro de café, gosto de pão
Ao lado, sentado próximo à vitrine de brioches, um rapaz intriga-se com o celular
Ao canto, plantas adornam o espelho em moldura de ferro retorcido
Em outra mesa, um casal entreolha-se enquanto aguarda o pedido. O que pensam?
Para mim: café expresso, leite vaporizado, solidão
Às segundas faço disto um ritual
Alguém adentra, trás consigo perfume, notebook e livros. Como planeja o dia, a semana e a vida?
Logo as mesas são tomadas por burburinhos, risos e silêncio
9h: Percebo que o tempo se foi
Sobra-me borra de café em uma xícara vazia
Viro-me, busco quem me serviu, aceno:
\"A conta, por favor!\"