Ah, esse inquieto ardor, martirizando-me!
Essa volúpia, inferno de quem ama...
Esse langor que me ofertas, essas tormentas,
florescendo em meio aos sentimentos ternos.
Imerso em teus braços, embriago-me afoito,
desfaço meus medos, seduzo-me arfante,
nesses calores, nesses convites, entre carícias.
Ah, teus lânguidos meneios, castigando-me!
Errantes passos, ecos disformes, cumplicidade.
Eres um bálsamo que me acalma, nessa noite,
vasta noite com teus doces calores, esse perfume.
Imprudências pulsando nessa noite que se adensa.
Imerso em teu regaço, em teu cálido abraço,
embriago-me, sorvo teus beijos intensos, amanheço.
Nutro-me desse dia calmo, envolvente, que convida.
Minha lânguida amante, cheia de folguedos e encantos...
Desse amor entre fadigas, desordem emocional,
sobrevivo cansado, entre aromas inebriantes e arrepios,
entre olhares febris, minhas fantasias, esse cansaço...
Desproposital tudo isso, essa desordem sentimental!
Deixarei que o tempo passe, que tudo se acalme,
que amanheça entre novas carícias e esperanças.
Repousa aqui amada minha, nessa maciez íntima,
desse quarto com odores secretos e ofegante cansaço!