ao amor que perdi,
não sei se foste embora ou se eu fiquei demais.
só sei que partiu um pedaço de mim contigo
e o que sobrou nunca mais encaixou direito.
até hoje, me pego tentando colar os cacos.
teu nome ainda pesa no meu peito,
como um eco que não sabe calar.
teu rosto visita minhas memórias
com a delicadeza de um sonho ruim
que insiste em parecer bonito.
dizem que o tempo cura,
mas o tempo só ensina a esconder.
aprendi a sorrir sem alegria,
a dizer “está tudo bem” com os olhos baixos
e a mentir que te esqueci.
eu amei como quem se entrega ao mar
sem saber nadar,
sem medo de afogar,
e afoguei mesmo,
sem ninguém pra estender a mão.
ao amor que perdi,
fica aqui meu adeus maldito,
meu abraço que nunca chegou,
meu coração ainda em luto
por alguém que já me esqueceu.
29 jul 2025 (12:17)