Às vezes,
no meio do riso alto,
sinto saudade do silêncio
que só a tristeza sabe fazer.
Não é que eu goste da dor.
Mas tem um peso certo nela,
um jeito de me lembrar
que sou feito de carne,
e não de fuga.
A alegria demais me distrai,
me afasta um pouco de mim.
A tristeza, não —
ela senta do meu lado,
sem cobrar nada.
Só fica.
E na presença dela,
eu me escuto melhor.
Me entendo.
Me reconcilio com partes que deixei pra trás.
A tristeza faz falta,
porque me humaniza,
me mostra o que importa,
me ensina a cuidar mais leve
dos outros —
e de mim.
28 jul 2025 (16:11)