Sou criatura da escuridão,
Guardião do tempo e da imensidão.
Ouço vozes que o vento levou,
Ecos de almas que o mundo calou.
Curo feridas, guio o além,
Vejo a queda de quem já foi bem.
O suor da terra em meus pés se desfaz,
E as lágrimas do céu me tocam em paz.
É hora de agradecer, é hora de louvar,
Sob a lua cheia, os espíritos vão despertar.
Sinto a força em mim a fluir,
E me ergo como rei a emergir.
Com minha coroa a reluzir no ar,
Como o sol no céu a brilhar.
As árvores sussurram com devoção:
“Senhora da Meia-Noite, nossa canção.”
As fadas entoam cantigas sem fim,
Antigas como as raízes do jardim.
Um, dois, três, suaves canções,
Adormecem os olhos, cessam tensões.
Durmo sob o luar da noite encantada,
Na calma e na luz da noite estrelada.