Entre tantos sonhos, entre tantas penumbras
Mil conversas, milhares de versões minhas
E todas elas me empurram para dentro do poço
Visão cada vez menor, cada vez menor
Todos os meus pecados se arrastam por baixo da minha pele
A paranóia já alterou o reflexo, não dormi, não consegui te ver
Metamorfose, doendo dentro do meu peito
Vomitando fogo, toda a esquisitice humana que já tive
Veja minha máscara derreter, mãos manchadas, rosto encharcado
Será que vou padecer? Será que vou?
Mas, ainda, ainda tem algo, uma coisa
Que chama meu nome, que puxa minha mão no meio do fogo
Os anos passaram, mas os fantasmas continuaram sussurrando
Vergonha nos olhos, engasgado com a culpa
Por baixo da pele, todas cicatrizes abrindo de novo e de novo
Por favor, queime tudo para fechar uma única vez
Derramei o meu sangue, e o simples ato de falar parece fatal
Não mereço sua pena, mas, mas, se tiver algo que eu possa mostrar
Que seja a metamorfose, de tantos e tantos anos misturados...