Versos Discretos

Curvas que tatuam meu desejo

Teu corpo entra na noite como febre,

renda molhada, pele que escorre promessa.

Te observo de trás, e o mundo silencia —

só resta o som da minha vontade nua.

 

As curvas, traçadas como pecado em pele viva,

imploram por lábios, mordidas, e demoras.

Cada marca tua é um enigma que me atiça,

um convite sutil bordado em arte sonora.

 

Me perco na cintura onde tudo começa,

desço com a fome de quem já não pensa.

Teus gemidos tatuam minha língua,

teu gosto, minha sentença.

 

E quando gozas, com as marcas expostas,

te tornas um poema que nunca termina.

Sou devoto do teu corpo em combustão,

curvas, suor, desejo — minha perdição.