Sentei para escrever sobre um homem colhendo manga,
mas acabei lembrando do dia que eu te vi.
Abri a porta do carro,
em frente à minha casa,
como quem entra num filme repetido
e já sabe o final.
Teu olhar me dava a segurança
de que pausaríamos a cena
e jamais avançaríamos.
Entraríamos num loop infinito,
pausa,
rebobina.
Em um lapso do acaso,
cheguei a acreditar
que estaríamos conectados.
Como o mesmo número espelhado,
entrelaçando-se no horário
de um relógio inventado - metáfora que eu quis acreditar.