Tantas crianças magoadas a viver em corpos de adultos
A imitar o que pensam ser a vida.
Acordam, trabalham, dormem e repetem.
Encontram alguém, casam e continuam a linhagem.
Cíclico, mecanizado.
Estão presas numa bolha.
São máquinas, protegidas da realidade.
Não sabem o que estão a fazer, limitando-se a copiar o que vêem
Sem pensamento crítico.
Facilmente manipuladas por quem pensa ter o dom da palavra.
Facilmente enganadas por quem pensa ser mais esperto que elas.
Mantendo-se assim até ao fim.
Mas quem sou eu para falar.
Também não sei o que estou aqui a fazer.
Talvez tudo isto seja a minha revolta por não me encaixar.
Penso demais, sou demais, quero ser diferente,
Quero fugir ao ciclo.
Não quero ser uma máquina.
Gosto de pensar por mim e quero alguém que pense por si também.
Quero que sejamos humanos num mundo de máquinas.