Carlos Lucena

O GRÃO O CETIM E O CHÃO

O GRÃO O CETIM E O CHÃO 

Vai-se o corpo 
Fica a ternura
O sol que  era luz
Mergulhou na noite escura.
Mas plantou-se a flor
Que o coração regou
Pois no chão 
Foi semeado o grão 
Pra depois explodir de dor!
 Vai-se o grão 
Que de novo volta ao chão 
E a flor presa no galho 
Do caule se desprende 
E as pétalas  que bebiam
orvalho
No solo seco se espalhou.
E de anjo transportado de candura
Despido dos trapos de outrora
Após tirar das veias toda púrpura 
Reveste-se do cetim 
O qual é a vestimenta de agora.