Dizem que tudo encontra seu lugar,
mas eu só vejo pássaros sem ninho.
Dizem que o amor é abrigo,
mas há mãos trêmulas segurando destroços
O tempo me olha sem olhos,
ri sem boca,
promete sem voz.
E eu espero
como quem espera por um trem que nunca existiu.
Se tudo que existe ocupa um espaço,
por que ainda tropeço no que não está aqui?
Se o vazio não pesa,
por que meus ossos rangem sob ele?
Dizem que o caos tem ordem,
mas e se for apenas um nome bonito para o fim?
Dizem que certas coisas nunca morrem,
mas eu só vejo espectros sem carne
Eu tentei segurar,
mas segurei vento…