Quando a brisa cálida me tocar.
Permito-me no seu reconfortante roncar.
Mas quando ao seu lado, eu me perder.
Eu sinto o mundo me absorver.
Apertando os vasos do meu coração.
Algo flui na névoa sem direção.
Que salta dentre os espaços sem ver.
Antes que eu consiga a compreender.
A sombra lânguida se desfaz no ar.
Mas sinto sua forma em todo lugar.
Marcando em mim vislumbres de presença.
Que se intensificam na minha descrença.
Nos meus olhos há um discreto sinal.
Daquela que regozija ao me causar mal.
Queria conseguir lhe dar um aviso.
Mas tudo que sai é um sorriso.
Sem olhar para trás, deixo meus passos.
Antes que ela siga meus rastros.
Perdido, cambaleio até o banheiro.
Para ver um reflexo estrangeiro.
Ela devora tudo que é meu futuro.
Se alimenta daquilo que me faz seguro.
Arrancando cada pedaço meu.
O que restará para chamar de seu?